TESTE

MIDI no Windows


Podemos dizer que há duas formas básicas de armazenamento musical em computadores. Uma delas é o registro de ondas sonoras reais - como exemplo, os famosos arquivos WAV, MP3, FLAC e OGG - que consiste na captação de ondas sonoras reais, convertando-as do modo analógico (a forma natural da onda) ao digital (uma espécie de reprodução com fidelidade limitada da onda natural). Quando maior o formato do arquivo (por exemplo: 8, 16, 24 bits, 11.025, 22.050 ou 44.100 Hertz), maior a fidelidade do registro digital. Todavia, por maior que seja esta fidelidade, é impossível armazenar perfeitamente uma onda sonora no computador - ao contrário dos discos de vinil, cuja onda é desenhada nos sulcos do disco exatamente como ela é. Nos computadores, este tipo de registro ocupava muita memória, tanto para armazená-las em disco rígido ou disquetes (lembra-se deles?) quanto para acessá-la, devido à limitação dos processadores. Assim, o primeiro tipo de armazenamento musical que surgiu foi a outra forma de registro: o sequenciamento MIDI.

O sequenciamento MIDI consiste no registro das informações de ataque do som, ou seja: um arquivo MID possui instruções de altura, duração, intensidade e o número do instrumento utilizado, sem o registro da onda sonora real. Este tipo de registro ocupa muito menos espaço no disco rígido, por isso os arquivos MID possuem tamanho tão pequeno. Todavia, todo sistema MIDI precisa de um sintetizador que possa gerar os timbres dos instrumentos, e é justamente aí que surge o problema...

Geralmente, os arquivos MID são reproduzidos através do sintetizador nativo de cada sistema operacional, como o Windows, por exemplo. Em geral, estes sintetizadores são bem básicos, apesar de terem melhorado consideravelmente com o tempo. Na década de 1990, a Creative Labs lançou uma placa de som com suporte a SoundFont ("fontes sonoras"), permitindo substituir o sintetizador nativo por um arquivo com timbres de instrumentos reais gravados em formato semelhante a WAV e MP3 (este é o conceito de Sampler: um instrumento MIDI que utiliza sons de instrumentos pré-gravados). Desde então, diversos arquivos de SoundFonts - cujas extensões mais conhecidas são SFZ e SF2 - foram desenvolvidos, com definições mais fiéis dos instrumentos musicais. Porém, nessa época, somente as placas da Creative Labs podiam abri-los.

Instalando os programas necessários

Com o desenvolvimento das placas de som e dos programas livres, surgiram programas capazes de abrir arquivos de SoundFont em qualquer computador no sistema Windows (para conhecer versões para Linux e Macintosh OS, recomendamos pesquisar especificamente sobre suporte a SoundFont nestes sistemas operacionais). Dentre eles, recomendamos o SyFonOne, parte da suíte de programas livres de http://www.synthfont.com que possuem ferramentas para sequenciamento MIDI. Logo, você precisa instalar este programa para abrir arquivos de SoundFont. Baixe-o aqui.

Todavia, você verá que o SyFonOne não é capaz de substituir o sintetizador nativo do Windows. Para isso, você precisa baixar o Midi-Yoke, programa que cria um dispositivo MIDI virtual, que simula a existência de outra placa de som (incrível!). Baixe-o aqui.

Agora, temos que baixar um arquivo SoundFont que possua boas definições de instrumento. Um camarada chamado "blackattackbitch" (cruzes...) fez uma coleção de fontes gratuitas para baixar nesta página. Recomendamos utilizar a parte 2 da coleção que possui o arquivo SGM-V2.01.sf2, de excelente qualidade. Clique aqui para baixá-lo logo. Ainda, há mais exemplos de SoundFonts nesta página, mas para utilizá-las, você precisa descompactá-las através de um programa chamado sfArk, disponível na própria página. Não se utiliza compactadores tipo ZIP ou RAR em arquivos de som porque estes são melhor compactados a partir de programas que possuem algoritmos específicos para armazenamento sonoro, como o próprio sfArk.

Após a instalação dos programas, você precisa trocar o sintetizador utilizado pelo Windows. Clique com o botão direito no ícone do Volume de Som ou vá no Painel de Controle na opção "Sons e Dispositivos de Áudio". A seguir, modifique o "Dispositivo padrão" de "Reprodução de música MIDI" para "Out to Midi-Yoke: 1". Agora, execute o SyFonOne. Clique com o botão direito em seu ícone para clicar em "Options". Nesta tela, procure o item "Select Midi Input Port" e clique no dispositivo "In from Midi-Yoke: 1". Abaixo, no item "Soundfont File", clique no botão "Change" e procure no seu computador o arquivo SF2 que sugerimos para você baixar (SGM-V2.01.sf2). O programa irá alocar estes instrumentos na memória. Para finalizar, clique em "Ok".

Como teste final, abra algum programa tipo Finale, Sibelius, Encore ou simplesmente um arquivo MIDI (recomendamos baixar a primeira parte da Sagração da Primavera de I. Stravinsky em MID, sequenciada por Dario Galimberti, aqui). Caso o timbre dos instrumentos não tenha mudado ou não esteja saindo som, é porque seu programa precisa ser configurado para utilizar o dispositivo "Out to Midi-Yoke 1" (nesse caso não podemos orientá-lo porque os programas são diferentes; tente descobrir sozinho o local onde se muda o dispositivo de reprodução MIDI). Caso o timbre dos instrumentos tenha mudado, é porque deu certo! Tente ir baixando outros arquivos de SoundFont para experimentar outras definições, optando por aquela que achar mais adequada. Obs: os arquivos SoundFont devem ser do tipo GENERAL MIDI, ou seja: devem possuir definições de todos os instrumentos. Há arquivos SF2 que possuem apenas alguns instrumentos, e isso fará com que parte da instrumentação não seja ouvida ao tocar um arquivo MIDI.







Fonte:Daniel Lemos-audio-arte.blogspot.com.br